30 maio 2008


Não. Eu não quero dizer Adeus. Eu não quero abanar minhas mão dizendo tchau. Eu não quero dizer nem ao menos até logo. Não, eu não quero. Eu não quero ter que partir. Ter que me separar. Porque depois eu não quero sentir saudades. Eu não quero ligar chorando. Eu não quero ter que escrever carta.



E não quero todas essas mudanças.



Eu não quero mais rezar todas as noites pedindo a Deus que ilumine o meu caminho porque ele é incerto demais pra eu andar descalça. Eu não quero vir pra casa nas férias ou nos feriados e sentir que tudo isso é estranho. Que a minha vida mudou e que se tornou outra...

Eu não quero ter outra vida. Outra rotina. Outros amigos. Outra comida. Outra cidade (aahhh!!).... Não eu não quero nada disso. Eu não quero ter que me adaptar ao ambiente novo. A casa nova. A nova rotina. Ao mundo novo. As preocupações novas. A rua nova. A responsabilidade nova. A cama nova. Ao sentimento novo e até a dor nova. Porque daki pra frente tudo será novo.

Tudo será diferente. E eu não quero ter que me adaptar a tudo isso. Eu não quero porque sei que a adaptação será sofrida. Eu não quero ir embora pois tenho medo de depois não querer voltar. Porque eu tenho medo de me perder no mundo e esquecer dessas pessoas que amo. Eu sei que akeles que amo eu não esquecerei realmente... mas eu tenho medo. De perder o contato ou de a amizade diminuir. Tenho medo. Medo do novo. Do incerto. Eu sempre fui meio medrosa. Mas esse medo pra mim é diferente e por isso me causa mais medo ainda.

É um medo que nunca senti. Porque na minha vida nunca teve muitas mudanças drásticas... numca nem mudei de casa. O meu medo em si não é o da cidade nova. De ter que fazer minha própria comida, lavar minha roupa, descobrir as linhas dos onibus... estar sem pai nem mãe, pra nada.

No fundo, apesar de todo o meu medo. De toda a minha vontade de ficar. Eu sei que tudo isso é necessário... afinal foi por isso que eu lutei minha vida toda. E agora quando eu conquistei a minha "liberdade"... o que eu mais quero é ficar.



E eu sei que tudo isso vai passar. Que eu vou me adaptar. E que nem vai doer tanto assim. E como dizia Chico Xavier: Deus não desampara.



[23 de abril de 2004]

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