31 maio 2008




Eu não quero mais falar, pensar e escrever sobre o que mandam e nem ter que cumprir com as minhas obrigações.

Eu quero as respostas para os meus gritos e para as minhas lagrimas.

Eu não quero falar sobre a luta de classes, eu quero falar da minha luta contra mim mesma pra ficar na cidade cinza.

Eu não quero falar das ideologias, eu quero ter novamente meus principios na mão.

Eu não quero saber da emancipação da classe trabalhadora, eu quero poder ser dependente e pedir colo.

Nem quero saber de projeto societário, eu quero fazer planos pro meu futuro e andar descalça no caminho da vida.

O que eu quero agora é achar respostas pras lágrimas que caem quietinhas embaixo do chuveiro.

E pra dor que se sente quando se olha para o lado.

Para o silencio.

Para o espaço ao meu lado enquanto caminho.

E para o telefone que insiste em não tocar.

Eu preciso de respostas, porque meu nome é egoísmo e o centro do mundo é o meu umbigo.



[28 de agosto de 2006]

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