31 maio 2008



As palavras são concretas demais. Elas permanecem aqui, ainda que os sentimentos passem. Ainda que eles pereçam. Ainda que não façam mais sentido. No exato momento em que as coloco aqui, elas tomam o mundo. Me definem. Me torturam. Me salvam. Me aliviam. Travam uma batalha constante com meus sentimentos que teimam em correr de lá pra cá, como criança traquina. As palavras ficam. Contra a minha própria vontade. Na esperança, de que um dia, quem sabe, voltem a fazer sentido.



"Escrevo como que para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha." Clarice Lispector.




[06 de março de 2007]

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