A menina agora parece não querer ter sentimentos.
E ela quer negar seu sentimento, apesar de continuar a sentir.
Seu coração já acostumado bate sempre no mesmo ritmo.
Seus olhos sempre secos se perdem enquanto enxergam a cidade cinza.
Enquanto isso seus pés caminham mecanicamente para onde sempre vão.
Seu corpo já está acostumado, mas seu coração teima em relutar.
Seus olhos teimam em se abrir e querer ver a outra paisagem, mas vê tudo sempre cinza.
Nas ruas os carros correm.
Nos rostos os olhos estáticos.
Na televisão as pessoas sempre felizes.
E a vida segue, fingindo não ver a menina triste. E
a menina triste finge não ver a vida seguir.
Ela finge que a vida pode esperar por ela.
[20 de fevereiro de 2006]
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