As palavras são poucas, desbotam com o tempo. Não conseguem dizer do sentimento que meu coração teima em acreditar. Só porque você chegou, e eu juntei os pedaços que eu perdi um dia pelo caminho. E rezei baixinho, tantas vezes, por você sem eu saber sequer. Na certeza de que nossos caminhos nos trariam até aqui. E hoje as tuas linhas me fazem esquecer da cidade cinza, da distância, da desesperança. Dos sonhos que haviam se perdido, e que voltam agora timidamente. As palavras me parecem desnecessárias. Porque ainda que eu escreva e reescreva, são só palavras. E eu preciso que o sentimento faça sentido. Ver deitar o sol sob os teus braços, castos. Na esperança de que um certo pressentimento não se cumpra. Eu não tenho pressa. Eu estou a te esperar...
[15 de março de 2007]
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