01 junho 2008


A verdade é que depois de certo tempo as pessoas se acostumam com as coisas.
Assim como eu me acostumei com a cidade cinza.
Ela se acostumou com a fome, para manter-se magra.
Ele se acostumou a elogiar para fazê-la feliz.
O outro se acostumou a sorrir pra não ter que dar explicações.
Ou ainda a guardar pequenas raivas para não criar conflitos.
Ela se acostumou a sentir dores nos pés ao invés de descer do salto.
E a fazer tudo correndo porque deixou para a última hora.
E sabe de uma coisa? A gente se acostuma de certa forma que passa a fazer sentido desse jeito.

É, a cidade cinza faz sentido as vezes. Guardar certas coisas para não magoar os outros também. Acordar cedo. Ganhar pouco. Ouvir sempre. Calar quando preciso. Beijar de mês em mês. Ouvir sua voz pelo telefone. Comer moderadamente. Planejar. Chorar baixinho embaixo do chuveiro. Calar minha dor frequentemente.

Sabe, a gente se acostuma sim. E se acostumar quase sempre, machuca.

4 comentários:

Mila disse...

Seu texto me lembrou imediatamente de uma música do Pato Fu: Vida Diet.
Conhece?
Vou postar lá na Caixa de Sapato mais tarde, em sua homenagem. rs

Beijos

Anônimo disse...

É... se acostumar às "conveniências" parece sempre ser a saída mais sensata, embora não acalme nosso coração... há momentos em que sentimos vontade de gritar, chorar, sorrir, e nos inibimos devido a certas necessidades que nem sempre são justas... mas assim é a vida né?

Bom, agradeço sua visita e seu comentário... volte sempre, e estou te linkando ok?

Leonardo Werneck disse...

gostei daqui

Diamante Negro disse...

Se acostumar machuca as vezes, mas o bem futuro com certeza é bem satisfatório. As vezes a gente precisa passar por um caminho dificil pra chegar a um local lindo!!!

te amo muito