22 junho 2008
17 junho 2008
Há tantas coisas que eu gostaria de te dizer. Coisas que vão muito além do que a história de uma lagarta que um dia se transformou numa bela borboleta. Aquela que fez se encantar seus olhos, ao exibir asas cheias de lantejoulas com movimentos quase reais.
Domingo passado, quando olhei teus olhinhos fechados e suas mãos postas meu coração se enterneceu ao ouvir as doces palavras da oração que seus lábios me ditavam. Meu coração se encantou diante de sua grandeza.
Quando corre por entre as árvores, entoa as canções, ri alegremente e fala de um tal Mestre que mora dentro de teu coração, o meu se enche de esperança. Essa tal esperança que andava distante de minhas palavras.
E eu me sinto tão pequena diante de tanta coisa que eu gostaria de te falar. Por mais que eu saiba que minhas palavras não matam sua fome, não te cobrem do frio, não te livram do preconceito e nem asfaltam sua rua. Mas, eu insisto. Porque meu coração necessita.
Ah, seu eu pudesse fechar teus olhos puros, guardar-te em minha redoma para que o mundo não te devore, para que o sofrimento não te alcance. E que para sempre você fosse criança....
08 junho 2008
06 junho 2008
Sabe, dessas de cabelos lisos que balançam ao vento. Dessas, que se pintam. Que se enfeitam. Que se perfumam.
Sim, uma mulher. Dessas com agenda, maquiagem na bolsa, sapato nos pés e salto alto. Planos para o futuro e esperando para ser chamada "num" concurso.
Linda.
Sim, uma linda mulher.
Por mais que aquela garotinha gorda, de óculos de aro dourado (?!?!), camisetão, cabelo sempre preso, faladeira teime em acreditar.
Ainda que que a menina insista em falar alto demais, rir quando não deve e dar os foras mais engraçados sempre.
Ela agora olha no espelho e suspira admirada. A garotinha gorda nunca imaginou que ia se tornar uma mulher tão bonita.
01 junho 2008
Assim como eu me acostumei com a cidade cinza.
Ela se acostumou com a fome, para manter-se magra.
Ele se acostumou a elogiar para fazê-la feliz.
O outro se acostumou a sorrir pra não ter que dar explicações.
Ou ainda a guardar pequenas raivas para não criar conflitos.
Ela se acostumou a sentir dores nos pés ao invés de descer do salto.
E a fazer tudo correndo porque deixou para a última hora.
E sabe de uma coisa? A gente se acostuma de certa forma que passa a fazer sentido desse jeito.
É, a cidade cinza faz sentido as vezes. Guardar certas coisas para não magoar os outros também. Acordar cedo. Ganhar pouco. Ouvir sempre. Calar quando preciso. Beijar de mês em mês. Ouvir sua voz pelo telefone. Comer moderadamente. Planejar. Chorar baixinho embaixo do chuveiro. Calar minha dor frequentemente.
Sabe, a gente se acostuma sim. E se acostumar quase sempre, machuca.