26 fevereiro 2012



Agora, sou gaveta.
Tudo tão bagunçado aqui dentro. E eu insisto em jogar mais e mais coisas em meio a tudo isso.
Me falta tempo, me sobra medo, para tentar botar todos esses sentimentos em ordem.
Enquanto isso, vou sobrevivendo. Jogando pra dentro mais dúvidas do que posso suportar.


Agda Y.

14 fevereiro 2012




Peço incessantemente um pouco de paz.
Um bocado de alívio para o meu coração. Um tanto de silêncio e um punhado de tranquilidade.
Abro a porta com calma, revejo pacientemente minhas escolhas e respiro devagar procurando respostas.
Sinto um vazio tão sem explicação.
E vou vivendo, entorpecida de realidade.
Sem forças para mudar ou insurgir.
No final, só o amor me faz permanecer.


Agda Yokowo

03 fevereiro 2012



Existiu em uma época distante uma terra perdida.
Perdida na memória dos que já se enfeitiçaram pelos Ipads, SKY e touch screem da vida que se leva.
E tão viva na cabeça de uma menina que ainda teima em sentir saudades.
Uma terra onde novembro era tempo de manga. Damas-da-noite perfumavam nossos sonhos. E a vizinha era o mais rápido meio de comunicação da cidade.
Um tempo em que diversão era ir para a praça ver as luzes de Natal. E festa de aniversário era enrolar brigadeiro a tarde inteira, encher balões e colocar roupa nova.
Ainda havia lojas de R$ 1,99 que faziam juz ao nome. Ainda havia crianças brincando na rua, sem precisar do olhar atento dos pais ou da babá.
Ainda se olhava com calma a vida passar, sentado na calçada.
Ainda se respirava fundo, se caminhava lento e não existia medo da noite.
Houve uma terra e um tempo, que infelizmente não voltam mais.


Agda Yokowo