07 julho 2011


Dentro de mim, ainda sou aquela menina assustada com a chuva forte que em novembro derruba todas as mangas da minha rua. Ainda corro pela rua descalça. Ainda brinco de fazer comidinha com terra e mamão verde.
Ah, e adoro pular elástico. Sempre fui muito boa nisso. Pular corda. Brincar de escolinha no imenso quadro negro na garagem. Eu ainda ando de patins nas férias e sinto aquele frio na barriga quando vamos de bicicleta à pista de motocross.
Por dentro, sou isso. Aquela menina que conta os dias pra viajar para a casa da vó. E depois conta os dias pro início das aulas, pra estrear o caderno novo, pra matar saudades das amiguinhas.
Sim, ainda tenho medo de levar bronca do pai. Ainda corro entre sorrisos pros seus braços pra contar sobre minhas conquistas. E quando ele não me deixa fazer o que quero, ainda apelo pro doce coração de minha mãe.
A menina me habita.
Mesmo que as árvores tenham sido cortadas, mesmo que a casa for vendida, mesmo que por fora eu não me pareça mais com aquela menina.
Isso me pertence. Isso sou.



04 julho 2011


Há dias em que me perco. Vago em mim em busca de respostas. Que não são simples como parecem.
Minha alma pesa. Minhas costas doem. O peso das decisões. O peso dos dias que deixo passar. O peso das pessoas que deixei para traz. O peso das dúvidas que me corroem. O peso das contas.
E peço a Deus para que a dor vá embora.
E agradeço por você estar aqui. Por me fazer sorrir e retirar esse peso que me sufoca.
Bobagens demais. Tola menina...